Fonte: Blog do Aurismar
VEREANÇA ADMINISTRATIVA - ISSO NÃO EXISTE
Há algumas coisas me incomodando desde
quando tomei conhecimento. E, desculpem-me meus aliados políticos, se é
que assim posso dizer; mas quando algo me incomoda tenho que por para
fora caso contrário não consigo dormir. O dia é longo, a batalha é
ferrenha, tenho que descansar bem para o dia que segue - olha que já são
quatro da manhã. Essas coisas ficam sendo sopradas em meus ouvidos por
aquela mesma bichinha que andou assoprando maldades nos ouvidos do
vice-prefeito na conturbada transição do desgoverno Maurino para o
neogoverno Salame.
A primeira delas é a de que cada
vereador tomará conta de um Posto de Saúde, sacanagem não é mesmo?
Vereador tomando conta de Posto de Saúde!? Como assim tomando conta?
Será ele o administrador, o indicador político ou o que? Posto de Saúde é
de responsabilidade do Secretário de Saúde, ele é quem deve gerir todas
as demandas da rede. Essa pastilha se vingar, peca e cai mucha. Não
adianta que não vai dá certo.
A segunda é a história já confirmada,
não oficialmente; mas nos bastidores, de que cada vereador recebeu uma
cota de indicações para os servidores a serem contratados. Que história é
essa, rapaz?! Calma, eu explico. Que vereador sempre empurrou os seus
na administração pública isso é fato, só que agora parece que o negócio
virou caso oficial. Antigamente, por exemplo, se na EMEF Sossego do
Maurino estivesse em falta um professor de geografia, qualquer professor
formado na área com disposição de carga-horária, que não fosse
concursado, poderia se apresentar à diretora da escola, que iria fazer a
lotação do professor e apresentar à Secretaria de Educação. Nos meus
doze anos como professor do município, nunca vi nenhum nome ser
rejeitado, nessa situação. Agora não é bem assim. O diretor primeiro
perguntará ao servidor: "_ quem foi o vereador que lhe mandou". O
professor vai responder: "_ o vereador Astrogildo Mamata". A diretora
vai verificar uma lista de vereadores e cotas preenchidas e vai dizer:
"_Sinto muito, mas esse vereador já preencheu a sua cota". Ou então,
está lá o professor contratado via tradicional (aquela que explicamos
como era) dando a sua aula. De repente recebe um comunicado para
comparecer à sala da diretora, quando então será comunicado: "_Sinto
muito, como o senhor não foi indicado por nenhum vereador, o senhor pode
ir embora, chegou um professor com a indicação do vereador Astrogildo
Mamata".
É hilário isso, muito hilário; mas, vai
que cola! Está errado, meu povo! Não é assim que se faz política! Não
entendo. A ideia não era reter gastos? Não era para se evitar
contratações? Quer dizer que cargo público agora vai virar moeda de
negociação entre prefeito e vereador?
Antes que alguém diga: "não é o prefeito
de vocês?". Não, não é o meu prefeito. Quem tem prefeito é a cidade.
Apoiei e pedi voto aos candidatos que
julguei terem as melhores propostas como qualquer cidadão poderia ter
feito, porém isso não significa que devo aplaudir, e nem o farei, todos
os atos, quer sejam ou não legais, do prefeito o do vereador.
Vamos separar as coisas. Vereador vai
legislar em prol da municipalidade e fiscalizar os atos da
administração. O prefeito vai administrar com base na sigla LIMPE:
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. São os
princípios que regem a administração pública.
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