terça-feira, 5 de novembro de 2013

Situação da Greve da Rede Estadual de Ensino continua sem expectativa de solução!

Incapaz de responder de forma propositiva aos problemas educacionais do estado, o governo Jatene mira os (as) trabalhadores (as) da educação, na tentativa de desviar as principais causas e, evidentemente, camuflar sua incompetência e irresponsabilidade diante do atual cenário de caos.
Mais uma vez o governo Jatene lança mão do dinheiro público para mentir de forma descarada para a população e tentar jogar a sociedade contra uma categoria profissional, cuja função social é essencial para a emancipação do nosso povo. No último domingo (03/11/2013), o governo pagou uma página inteira de um jornal de circulação estadual para mentir e ameaçar-nos pelo simples fato e estarmos exercendo um direito institucional. Vejamos:
1. A exaltada sinalização de pagamento do retroativo do piso salarial (de 2011), devido ao pessoal do magistério somente em 2014 (?), é evasiva e constitui, portanto, um delírio;
2. Quem radicalizou o movimento foi o próprio governo de Simão Jatene ao: a) provocar a justiça cobrando sua ilegalidade e abusividade, portanto, sua criminalização; b) “exigir” do MPE uma recomendação para descontar os dias parados e, finalmente; c) lançar mão do Batalhão de Choque da Polícia Militar para tentar intimidar-nos;
3. As ditas “novas exigências” do Sintepp, na verdade são questões não resolvidas pelo governo desde 2011, portanto, a cobrança é justa considerando que não cumpriu os acordos assumidos com o fim da greve naquele ano;
4. O governo mais uma vez é evasivo ao citar o anúncio de verba do BID para viabilizar o Pacto pela Educação, uma vez que os prazos e, a rigor, os detalhes da execução dos R$ 600 milhões, são obscuros;
5. O governo Jatene acusa os (as) trabalhadores (as) da educação de “levar as negociações a um beco sem saída”. Cabe aqui lembrar que a nossa pauta de reivindicações foi protocolada no dia 29/01, e que durante todo o primeiro semestre o governo travou as negociações com a justificativa de “incapacidade orçamentária e financeira” do estado;
6.O governo não negocia, o governo nega direitos. Não basta reconhecer dívidas, é preciso que os tecnocratas do governo justifiquem seus salários e elaborem efetivamente as condições para que o que é nosso de direito seja viabilizado. Nós trabalhadores (as) da educação, já cedemos ao recuar da greve em 2011;
7. O Sintepp sempre lutou pela autonomia administrativa da escola assim como sempre se posicionou contrário à reposição de aulas aos sábados e feriados, isso sim não é repor aulas por uma série de variáveis já expostas;
8. O PCCR, Lei n°. 7.442/2010, foi implantado parcialmente em setembro de 2011, exatamente quatorze meses após ser sancionado, e continua da mesma forma ainda hoje, faltam entre outras coisas a regulamentação das aulas suplementares, do Sistema de Organização Modular de Ensino e dos cargos de Auxiliar Educacional e Assistente Educacional, o que garante na prática a inclusão dos profissionais da educação no plano;
9. Em 2011, o governo não pagou o piso do magistério, senão não existiria a dívida do retroativo referente ao período que vai de abril à dezembro;
10. Para um governo realmente sério e compromissado com seu povo não basta reconhecer os seus direitos é preciso garanti-los e nisso o atual grupo no poder é falho;
11. Finalmente, democracia se faz com ações concretas, não com intenções ou discurso e diálogo se constrói com possibilidades de avanço nas negociações. Intransigente é o governo Jatene quando contamina a mesa ao reduzir tudo ao discurso da “incapacidade orçamentária”, discutível, diga-se de passagem.
O grupo político que hoje governa o Pará esteve à frente do executivo no período de 1995 a 2006, portanto é responsável direto por parcela considerável pelo caos na saúde, manchete negativa em nível nacional, pela falência da segurança pública que contribui significativamente para o extermínio de nossa juventude negra na região metropolitana de Belém, pelos títulos de expressão negativa de campeão de trabalho escravo e de violência no campo.
O Pará detém as maiores jazidas minerais do planeta e é cortado pela maior bacia hidrográfica do mundo. Tem alguma coisa errada nisso tudo, não é verdade que nosso estado é pobre, nosso povo sim. Nosso povo é pobre porque os interesses privados de grupos se sobrepõe aos interesses públicos, coletivos.
Ao nos ameaçar o governo Jatene afronta e ataca a democracia. Nós trabalhadores (as) da educação, somos uma categoria que ao longo do tempo tem se esforçado para contribuir com a educação pública do nosso estado, em que pese o reconhecido processo contínuo de precarização profissional, sucateamento das escolas e, por conseguinte, desvalorização da carreira, cujo reflexo podem ser confirmados nos baixos resultados alcançados pelas escolas públicas estaduais, particularmente, no Ideb, assim como na degradação da nossa saúde, submetidos a que estamos às mais deprimentes condições de trabalho e ao assédio moral.
Num momento tão crítico como o que a educação pública vivencia hoje, o governo Jatene encaminha proposta de revisão do Plano Pluri Anual (PPA) exercícios 2014 – 2015, excluindo ações como as de Formação inicial e continuada dos Servidores da Educação e Implementação de Ações de Valorização e Qualidade de Vida ao Servidor da Educação, que juntas atenderiam 18.481 servidores e movimentariam aproximadamente R$ 7 milhões, excluindo o programa de “valorização do servidor da educação.”
Negamo-nos a fazer o pacto pela mediocridade, inoperância e intransigência do governo Jatene. Nosso compromisso é com uma educação pública de qualidade que exige valorização profissional concretizada na garantia de um piso salarial digno, carreira, formação inicial e continuada e condições dignas de trabalho. 

A greve continua, Jatene a culpa é tua!


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