Sanciono ou não
Sanciono? Eis a questão!
Um poema para um prefeito
Por Joyce Cordeiro Rebelo*
Era uma vez um menino, chamado Tião que não sabia ler nem
escrever.
Ao chegar à escola, foi recebido com muito carinho e atenção
pela equipe gestora e pela professora.
Daí, então despertou na criança um grande carinho pela
professora que o alfabetizou.
Do lápis, passou para a caneta.
E, nessa despedida Tião se agarrou as saias da professora,
chorando dizendo que não queria partir da vida da “tia”.
Antes de sair correndo, a tia disse: Tião, não se esqueça o
lápis tem uma qualidade, assim como a caneta. Você pode usar a borracha para apagar o que fez de errado, pois ela tem
dois lados! E você precisa entender que corrigir algo que fizemos, não significa algo mau,
mas algo importante para nos manter no caminho da justiça honesta.
Aquelas palavras foram profundas. Só, que Tião encontrou
outros “Tios” e “Tias” que lhe ensinaram a produzir uma apresentação para Feira
de Ciências e Tião estava muito empolgado, pois seria a primeira vez que
apresentaria um projeto arquitetônico de cidade para a comunidade escolar.
Recebeu mil elogios e definiu o curso de seus sonhos, mas
não se esquecia da professora da 1ª série, tão meiga, tão carinhosa preocupada
com as flores que brotavam.
Do fundamental passou para o médio, nas disputas para o
vestibular.
No médio, o professor de literatura lhe disse, antes de partir: A caneta deixa uma marca. Da mesma maneira,
saiba que tudo que você fizer na vida irá deixar traços, e procure ser
consciente de cada ação, pois você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.
Pensativo no caminho do jardim com as palavras do professor, mal estava saindo da faculdade, chegou um amigo e lhe
apresentou o mundo da política e acabou esquecendo o que o professor havia lhe dito.
Foi governante, tentou, perdeu, tentou novamente, levou.....e
assumiu, apesar da saúde debilitada.
Conheceu um grupo de advogados que prometeram ser fiéis à
frente da governabilidade da cidade, só esqueceram-se de dizer que tudo na vida
há um preço a se pagar na tomada de decisões.
Agora, com as decisões em mãos em sancionar ou não, por
estar no cargo eletivo do executivo. Tião se perguntou: - Sanciono ou não?
E a lembrança do que aprendeu, voltou ..............
Lembrou da professora que o alfabetizou e do professor que reforçou, pois está em suas
mãos e retirada dos salários dos seus próprios professores que lhe ensinaram a
escrever e o acolheram com muito carinho, atenção, responsabilidade e amor!
Sanciono ou não? Eis a questão!
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*Joyce Cordeiro Rebelo
*Joyce Cordeiro Rebelo
Professora
da Rede Pública Municipal de Marabá
Coordenadora
Geral do Sintepp Marabá
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